quinta-feira, 28 de junho de 2007

Em resposta ao post a mim dedicado.


Quando a realidade contradiz tudo aquilo que você havia planejado, quando uma decepção te faz acordar e ver que os planos que você havia traçado já não fazem mais sentido... você se vê meio desnorteada, você já não tem pra quem contar as coisas mais banais e as mais importantes, o que seria o definidor da tua personalidade em formação.

Nesses momentos é preciso esquecer a realidade, é fugir de alguns paradigmas, não seguir as velhas normas, não agir como tudo mundo esperasse que você agisse... simplesmente experimentar!

Libertar-se de todos os padrões impostos, tentar conhecer você mesma, tentar se descobrir... Você precisa essencialmente se permitir... Olhar em volta e perceber a quantidade de vidas, de olhares que te cercam, espantar-se com quantas formas de viver e ver a vida é possível haver.

O que se espera ter não é mais a realidade... Nessa noite buscou-se a ilusão, o efêmero, a magia do momento.

2 comentários:

Carolina Albuquerque disse...

o que foi dedicado foi mais que um post, e a resposta também. :)

, mas o efêmero e a "magia do momento" também é realidade, se não, nada seria realidade.

=*

Carolina Albuquerque disse...

troque senhor por senhorita.

"o senhor é tão jovem, tem diante de si todo começo, e eu gostaria de lhe pedir da melhor maneira que posso, meu caro, para ter paciência em relação a tudo que não está resolvido em seu coração. peço-lhe que tente ter amor pelas prórias perguntas, como quartos fechados e como livros escritos em uma língua estrangeira. não investigue agora as respostas que não lhe podem ser dadas, porque não poderia vivê-las. e é disto que se trata, de viver tudo. viva agora as perguntas. talvez passe, pradativamente, em um belo dia, sem perceber, a viver as respostas. talvez o senhor já traga consigo a possibilidade de construir e formar, como um modo de viver especialmente afortunado e puro; eduque-se para isso. mas aceite com grande confiança o que vier, e se vier apenas de sua vontade, se for proveniente de qualque necessidade de seu íntimo, aceite-o e não o odeie. a carne é um fardo, verdade. mas é difícil a nossa incubência, quase tudo o que é sério é difícil, e tudo é sério. se o senhor reconhecer apenas isso e chegar a conquistar, a partir de si, de sua disposição e de seu modo de ser, de sua experiencia e infância e força, uma relação inteiramente própria (não dominada pela convenção e pelo hábito) com a carne, então o senhor não precisa ter receio de se perder e se tornar indigno de sua melhor posse.
a volúpia corporal é uma vivência dos sentidos, não difere do simples olhar ou da pura sensação de água na boca causada por uma fruta; ela é uma grande experiência, infinita, que nos é dada, um saber do mundo, a plenitude e o brilho de todo saber. não é ruim o fato de a aceitarmos; ruim é o fato de que quase todos abusam dessa experiência e a desperdiçam, usando-a como um estímulo nos momentos cansados de sua vida, como uma distração, em vez de uma concentrção para alcançar pontos mais altos."

rainer maria rilke, em cartas a um jovem poeta.